quarta-feira, 12 de maio de 2021

Análise do Filme: O Preço do Amanhã (2011)


Ficha Técnica
Título original: In time
Ano: 2011
País: EUA
Classificação: 12 anos
Duração: 109 min
Direção e roteiro: Andrew Niccol
Elenco: Justin Timberlake, Amanda Seyfried, Cillian Murphy, Olivia Wilde, Alex Pettyfer, Johnny Galecki, Matt Bomer, Vincent Kartheiser, Yaya DaCosta, Toby Hemingway, Bella Heathcote, Shyloh Oostwald
Link para assistir: https://www.youtube.com/watch?v=euQrskSt1eY


Resumo
       A história do filme se passa em um futuro onde a moeda financeira é o tempo. Cada indivíduo nasce com um marcador inserido no pulso que dispara quando se completa 25 anos, nesse mundo as pessoas são geneticamente modificadas para parar de envelhecer com essa mesma idade. E a partir desse momento a contagem é regressiva, de modo que os ricos chegam a viver centenas de anos, enquanto os pobres trabalham a troco de remunerações miseráveis sempre recebendo quantias mínimas de tempo para se manterem vivos ou ainda são largados à marginalidade, roubando ou mendigando por tempo. Os pagamentos são feitos através de um aparelho que coleta o tempo, mas também podem ser transferidos de uma pessoa para outra apenas segurando o pulso.
       Will Salas (Justin Timberlake) é um membro da classe operária de 28 anos, que conta com não mais que um dia para sobreviver, e se mostra muito incomodado com o sistema em que o mundo se encontra, dada tamanha desigualdade de classes e exploração contínua dos mais pobres.
        A história se desenvolve a partir do encontro de Will com o milionário Henry Hamilton (Matthew Bommer) em um bar, onde Will salva Henry de um grupo de mafiosos chamado “Mafia do Tempo”, que queriam roubar o tempo de Henry. Após o ato heróico, os dois têm que fugir e se escondem juntos em um galpão onde em uma conversa Henry se mostra deprimido, questionando a posse de tanto tempo. Na manhã seguinte, ao despertar Will nota que possui todo o tempo de Henry consigo (um pouco mais de um século) e presencia de longe o mesmo deixar seu tempo se esgotar e morrer.
     Após assistir a morte de Henry e de sua mãe (que morre em seus braços após ter seu tempo esgotado) Will parte em direção ao bairro onde vivem apenas os mais “ricos” ou seja, os que possuem milhares de anos guardados. A partir de então Will passa a ser perseguido pelos Guardiões do Tempo (o equivalente à polícia) como acusado de matar Henry, lá ele conhece Sylvia Weis (Amanda Seyfried), filha de um banqueiro milionário com quem começa a flertar. Em uma festa na mansão dos Weis, Will é encontrado pelos Guardiões do Tempo, mas foge sequestrando Sylvia. Após muita hesitação e revolta de Sylvia eles passam a ter um affair enquanto fogem. A trama se desenrola até Will e Sylvia armarem um plano para roubar um milhão de anos do pai dela e distribuir o tempo na periferia onde Will mora.


Análise
        A trama que o casal desenvolve no decorrer do filme está envolta em seu desapontamento com o sistema capitalista do tempo, o trabalho exigido da população perde valor, ou seja, a vida perde valor a cada minuto, ninguém se importa uns com os outros, o importante neste sistema é trabalhar sem cessar em troca da moeda tempo, e em prol do abastecimento de grandes empresas, bancos que cobram juros altíssimos pelo empréstimo de tempo e provocam desigualdades sociais absurdas. O casal Will e Sylvia claramente é o encontro entre a burguesia e o proletariado, porém Sylvia também começou a questionar a ganância do Pai e seu modo de vida fútil e ao conhecer o outro lado da moeda ela começa a lutar pelos direitos de todos os trabalhadores que morreram dando tudo de si apenas para sustento da riqueza e mesmo contra a ideologia do Pai ela continua sendo oposição.
        O Filme é uma reflexão de como utilizamos nosso tempo, em quais situações podemos contribuir para a qualidade de vida de todos, com certeza são inúmeros os dilemas que envolvem nossas escolhas e as barreiras que enfrentamos em meio a necessidade de produzir para se viver, o diferencial aplicado não é deter a moeda ou o poder e sim o que podemos fazer com os nossos próprios e poucos recursos, seguidos de uma ideia estruturada em torno de fazer o bem e adequar nossa forma de vida, como foram os problemas e dilemas enfrentados por Sylvia .
        Analisando agora os dilemas do filme, o primeiro ocorre quando Will resolve ajudar Henry a fugir do bar. Era certo Will sair sem ajudar o milionário que estava ali porque queria, preservando assim a sua vida, mas também era certo ajudar alguém que estava sozinho em uma situação perigosa. Temos portanto um dilema do tipo justiça versus compaixão, a solução utilizada foi a do cuidado por valorizar a vida de uma outra pessoa. Já o valor em questão é o da maturidade, por se tratar de uma situação em que Will se fez útil a outra pessoa como ser humano, e a necessidade atendida por esse valor é a da auto-realização.
     Um segundo dilema acontece quando Henry transfere todo seu tempo para Will, podemos considerar que seria correto Henry continuar com seu tempo e cometer suicídio ainda com ele, mas também seria correto transferir o seu tempo para alguém que ele sabia que precisaria e que faria um bom uso dele. Nesse caso o dilema é do tipo indivíduo versus comunidade, pois o personagem reflete sobre haver tempo suficiente para todos e que ninguém deveria morrer antes do tempo certo, sendo assim utiliza a solução do dever ao defender uma distribuição do tempo entre todas as pessoas, o que nos leva também ao valor da justiça social satisfazendo uma necessidade por justiça nesse mundo completamente desigual e injusto.
        Outro dilema também se apresenta no momento em que Will cede um pouco de seu tempo ao guardião após esse levar um tiro (disparado por Sylvia ao tentar impedir que o Guardião atirasse em Will) que tudo fez para detê-lo e que está a serviço dos mais ricos (opressores), o que também é contraditório porque ele faz parte dos oprimidos e sabe que a vontade de Will é fazer o melhor para todos, dessa forma se apresenta o dilema da justiça vs compaixão, seria certo deixar seguir o curso da vida naquele momento em que o Guardião estava prestes a ficar sem tempo, e já que ele estava fazendo de tudo para impedi-los de fazer justiça, sendo também parte do sistema corrupto com as máfias do Gueto, mas Will ainda assim doa parte do seu tempo ao Guardião e no caminho explica que o faz porque sabe que as condições dos guardiões são precárias e vivem no dia a dia, daí o princípio da solidariedade é perceptível porque vai analisar a situação colocando a si mesmo no lugar do outro e como o outro vive como ele.
 

Referência
O PREÇO do amanhã. Direção: Andrew Niccol. Produção de Andrew Niccol, Eric Newman, Marc Abraham. Estados Unidos: Twenty Century Fox, 2011. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=euQrskSt1eY


Este post foi escrito por
Brenda T. da C. Vasconcelos
Carmen L. Granda
Emilly Camila S. Lorena
Gabriela B. da Silva
Maria Ester C. Ribeiro

Um comentário:

  1. Qué gran análisis! Esta es una película que me gusta mucho y no me canso de ver, ahora puedo entender la película de una manera mucho más profunda todavía. Es cierto, es para reflexionar esa batalla contra el tiempo y da para pensar como inclusive en esta realidad alterna, el modelo económico de "tiempo" es tan violento e injusto. Will es mi personaje favorito, pues aunque fue injusto lo de su madre y demás, siempre eligió ser una persona justa. A raíz de eso fue que comenzó su aventura más grande con el tiempo y lo que hizo que conociese a la bella Sylvia. Otra cosa que hizo que me gustara aún más el personaje de Will, fue que aun teniendo más de 100 años en su reloj vital, él no se olvidó de sus amigos y menos de sus distrito. Me gustó mucho, gran trabajo!

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